quinta-feira, 12 de julho de 2012

Eliana Yunes fala sobre internet e literatura e como aumentar o número de jovens leitores

A ampliação do hábito da leitura entre estudantes brasileiros requer a existência de mediadores preparados que entendam as novas ferramentas tecnológicas para levá-los a fazer a ligação com o mundo em que vivem por meio da literatura. “Nós temos poucos mediadores aptos a entrar neste diálogo, nestes suportes, nestas novas linguagens e que tragam uma herança cultural vastíssima”, disse a diretora adjunta da cátedra Unesco de Leitura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Eliana Yunes.

Na avaliação de Eliana, que criou a cátedra de Leitura na PUC-RJ em parceria com a Unesco, os estudantes, mesmo no uso da internet, podem dedicar mais tempo à escrita e à leitura do que teriam as pessoas há cerca de 20 anos. “Eles são obrigados a ler, a escrever, a se comunicar”, declarou à Agência Brasil.

Eliane admitiu, contudo, que sem uma mediação adequada, “existe uma simplificação do uso da língua”. A leitura dos estudantes que estão conectados às redes sociais acaba circunscrita a um universo muito estreito ao qual eles têm acesso com facilidade. “Está na onda, está na moda. Tem a coisa da tribo, do grupo”, disse. A professora disse que essa leitura, porém, não têm a densidade necessária para levar os alunos à formação de um pensamento crítico.

Segundo Eliana Yunes, falta a esses estudantes um trabalho de ligação com a leitura criativa (presente na literatura, por exemplo), algo que pode ser feito pelas escolas e até pelas famílias. “Falta uma mediação que permita que esses meninos tenham acesso, mesmo via internet, a sites muito bons de poesia, de blogs, pequenas histórias, de museus, que discutem música, história”. Sites que, segundo Eliana, permitem que os alunos saiam desse “chão raso” e possam ser levados para uma experiência criativa da linguagem.

“Quem não lê tem muita dificuldade de escrever, de ampliar o seu universo de escrita, de virar efetivamente um escritor”. Como eles têm pouca familiaridade com a língua viva, seria necessário que os adultos se preparassem melhor, buscando conhecer esta nova tecnologia para que a mediação, tanto pela escola como pela família, pudesse ser exercida de forma a partilhar com os alunos leituras de boa qualidade.

A professora disse que a mediação restaura o fio que liga o passado ao futuro no presente destes estudantes. Ela reiterou que a falta de conhecimento de professores e pais desses suportes modernos de comunicação e a falta de habilidade de envolver alunos em uma discussão de um universo mais rico impedem meninos e meninas de desfrutarem uma herança cultural, “da qual eles são legítimos herdeiros”.

“Acho que a questão da escola passa pelo problema da mediação. Se nós não formos leitores de várias linguagens, de vários suportes, nós perderemos realmente o passo com esta geração, que está velozmente à nossa frente, buscando outras linguagens, outras formas de comunicação”. É preciso, sustentou, que os estudantes percebam que a literatura não é um peso ou uma obrigação. “Literatura é vida”.

Para Eliana, a literatura faz falta porque desloca o olhar das pessoas de uma coisa “líquida e certa”, para um lugar de reflexão, de discussão sobre o mundo e a vida humana. Isso pode ser encontrado não só no livro impresso, em papel, como também no livro digital. “Este jogo contemporâneo é muito rico”, disse. “Quanto mais suportes a gente tiver para a palavra escrita e para abrigar a reflexão sobre a condição do ser humano, melhor a gente vai poder abraçar as várias modalidades, que estão vivas, da palavra”.

Pesquisa
De acordo com pesquisa efetuada pelo Instituto Mapear para a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro com 4 mil estudantes e 1,2 mil responsáveis, 93% dos alunos do ensino médio da rede pública do estado tinham celulares em dezembro de 2011 e 78% possuíam computador, sendo que 92% tinham acesso frequente à internet.

Em contrapartida, 14% dos alunos declararam não ter lido nenhum livro nos últimos cinco anos. Entre os que não leram nada, 17% residiam no interior e 12% na região metropolitana. Um livro foi lido no período por 11% dos estudantes; dois ou três livros por 26% e quatro ou cinco livros por 17%.

Entre os alunos que leram mais que um livro em média nos últimos cinco anos, a pesquisa registrou que 14% leram entre seis e dez livros, 8% entre 11 e 20 e 10% leram mais que 20 livros em cinco anos.


Texto retirado na íntegra daqui.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

PRÊMIO MICROSOFT EDUCADORES INOVADORES 2012


Estão abertas as inscrições para o Prêmio Microsoft Educadores Inovadores 2012. Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de ações de incorporação das tecnologias em atividades que proporcionem um melhor desempenho da comunidade escolar, o prêmio está na sua 7ª edição e conta com uma equipe de especializada para a curadoria e acompanhamento dos projetos.
As inscrições estarão abertas até o dia 06 de agosto e serão premiados os melhores projetos educacionais que fazem uso da tecnologia, desenvolvidos por educadores de escolas públicas particulares e escolas técnicas públicas.

Para se inscrever e saber mais clique aqui

terça-feira, 3 de julho de 2012

50 Museus Virtuais para conhecer. #FicaDica


Vejam essa seleção de 50 museus virtuais para se conhecer sem sair de casa. Vale muito a pena fazer essa viagem virtual e ficar por dentro da história, criatividade, formas de ver a vida e tudo mais que um museu pode proporcionar como experiência. Os museus virtuais são um aperitivo para incentivar a ida a um museu presencialmente.

  1. American Museum of Natural History;
  2. My studios;
  3. Museu Virtual Gentileza;
  4. Museu Virtual de Arte Moderna;
  5. RTP Museu Virtual;
  6. Era virtual;
  7. Museu Virtual de Brasília;
  8. Museu Virtual de Ouro Preto;
  9. Museu Virtual UnB;
  10. Museu Virtual do Transporte;
  11. Igreja do Santo Sepulcro;
  12. Capela Cistina;
  13. Van Gogh Museum;
  14. Museu do Louvre;
  15. British Museum;
  16. Museu Virtual Memória da Propaganda;
  17. Museu da Pessoa;
  18. Museu Virtual do Futebol;
  19. Museu Encantado da Barbie;
  20. Museu Virtual do Iraque;
  21. Museu Virtual de Parelha;
  22. Museu Virtual Aristides Sousa Mendes;
  23. Art-Bonobo – possui 4 museus virtuais;
  24. Museu Mazzaropi;
  25. Museu Virtual da Imprensa;
  26. Museu Virtual de Informática;
  27. Visitas Virtuais 3D;
  28. Museu Virtual da Água;
  29. Museu Virtual de Artes Plásticas;
  30. Museu da Faculdade de Medicina UFRJ;
  31. Museu Virtual do Cartoon;
  32. Virtual Museum of Canada;
  33. National Museum of US Air Force;
  34. The virtual museum of Japanese Arts;
  35. Museum with no frontiers;
  36. Virtual Egyptian Museum;
  37. Museu do Instituto Geográfico Português;
  38. Museu Virtual da Coca-cola;
  39. Museu da Bactéria;
  40. Museu de Arte do Uruguai;
  41. Museu Bizantino;
  42. Museu Virtual da Saúde;
  43. Museu Virtual FEB;
  44. Museu da Contabilidade;
  45. Museu Nacional de Arquiologia;
  46. Fundació Gala-Salvador Dalí;
  47. Museu Virtual do Sintetizador;
  48. Museu Virtual do Caju;
  49. Museu da Infância;
  50. Museu Virtual Sem fronteiras da Física e da Química.

O USO DAS REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO por João Mattar

Olhem essa entrevista bacana com João Mattar. Ele é mestre em Tecnologia Educacional (Boise State University), Doutor em Letras (USP) e Pós-Doutor (Stanford University), onde foi visiting scholar (1998-1999). É, também, professor da Universidade Anhembi Morumbi e pesquisador e orientador de Doutorado no TIDD - Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP). Autor de diversos livros, presta consultoria, produz material didático e ministra palestras, workshops e cursos em Tecnologia Educacional e Educação a Distância.




1. Você acredita que a utilização de Redes Sociais nas escolas pode facilitar o aprendizado do aluno?  
João Mattar - As redes sociais podem colaborar no processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, como o movimento é novo, precisamos de pesquisas que mostrem resultados.

2. Qual a razão pedagógica que justifica o uso de Redes Sociais na educação?  
João Mattar - Há vários motivos para a utilização das redes sociais em educação. Em primeiro lugar, elas são o habitat dos nossos alunos - eles já estão lá. Se de um lado pode haver resistências por parte dos próprios alunos em misturar estudo no lugar em que eles se divertem, de outro lado eles já sabem utilizá-las, estão familiarizados com vários recursos, acessam-nas com frequência, o que facilita atividades realizadas nas redes. Além disso, as redes sociais têm um potencial incrível para gerar interação, que é um dos nossos desejos principais em educação. Além disso, precisamos formar alunos para trabalhar em grupos e em redes, então nada mais adequado do que já fazer isso de uma maneira autêntica.

 3. Na sua opinião, o que explica o fato de algumas redes de ensino proibirem o acesso a redes sociais nas escolas?
 João Mattar - Muitos criticam essas atitudes de escolas e instituições de ensino, como se fossem simplesmente posições retrógradas ou anti-pedagógicas. Mas na verdade não são, porque envolvem muitas outras variáveis. Em primeiro lugar, há uma questão de banda, de capacidade das redes internas das instituições. Muitas não estão preparadas para que todos os alunos entrem no Facebook ao mesmo tempo. Além disso, há uma questão essencial de segurança. Legalmente, muitas redes não podem ser acessadas por crianças de certa idade (apesar de que sabemos que são), então por que a escola deveria facilitar isso? Elas podem ser cobradas pelos pais, inclusive do ponto de vista legal. Há ainda um outro problema - nem todos os professores estão preparados para trabalhar com redes sociais em suas aulas, ou, melhor ainda, em nem todas as disciplinas ou atividades o uso das redes sociais pode ajudar - ao contrário, em muitos casos, podem gerar dispersão nos alunos, o que acaba prejudicando (e não ajudando) a aprendizagem. Então, essas e outras questões precisam ser equacionadas - se não forem, penso que em muitos casos a proibição é até a melhor atitude mesmo.

4. De que forma o educador pode utilizar o Faceboock como ferramenta pedagógica? E o Twitter?
João Mattar- Escrevi há pouco tempo 2 posts sobre o uso do Facebook e do Twitter em educação: http://joaomattar.com/blog/2012/01/17/facebook-em-educacao/ http://joaomattar.com/blog/2012/01/06/twitter-em-educacao/

5. Que dicas você pode dar ao professor que pretende utilizar Redes Sociais como ferramenta pedagógica?  
João Mattar - Bom, como no caso do uso de outras tecnologias, ferramentas, interfaces e plataformas em educação, o professor precisa ser formado. Portanto, a dica principal não seria para o professor, mas para as instituições de ensino - elas precisam estabelecer programas de formação continuada de professores, aliás não apenas para o uso de tecnologias em educação. Esses programas devem combinar atividades presenciais e à distância, mas há uma questão trabalhista e profissional a ser levada em conta: isso precisa ser feito no tempo de trabalho do professor, ou seja, nos horários em que ele é remunerado. Não é justo jogar um monte de coisas para o professor fazer de madrugada, no final de semana, quando ele já está atolado de coisas para fazer. Para os professores especificamente, eu diria que eles precisam se atualizar. Como? Lendo e participando de eventos e cursos. É importante buscar orientação com pessoas que já são experientes na área, que realizam pesquisas, que publicam, que mostram o que estão fazendo, porque hoje todo mundo acha que sabe formar professores para o uso de tecnologias, às vezes só porque aprendeu a usar um programa! É importante que esse processo de formação inclua tanto a reflexão sobre a prática pedagógica do professor, quanto o aprendizado (tecnológico mesmo) do uso de ferramentas e o estudo de casos em que essas ferramentas foram usadas em educação. É preciso combinar todas essas perspectivas na formação, senão ela não funciona - ou fica excessivamente teórica, ou se torna uma aula de mexer em um software.

fonte: Site Educação e Tecnologia